Experiências e reflexões sobre Segurança Alimentar – Sanitização de Alimentos no lar

Uau! Já se passaram 8 anos desde a última vez que publiquei um post aqui no site Alimentação Segura. De lá até aqui, muitas coisas aconteceram e, resumindo para quem é novo por aqui, em 2017, nos mudamos de Curitiba para a Florida, nos Estados Unidos. Aqui fiz duas faculdades: Gerência em Restaurantes e Gerência em Culinária. Ao concluir os cursos, fiz estágio na Disney e depois trabalhei na cozinha de um hotel da rede Hyatt. Foram experiências incríveis, que exigiram bastante força, disposição e resiliência. Aham, numa cozinha até as orelhas transpiram rsrs. Aprendi muito como cozinheira, mas por hora, “estou” gerente do lar 😉

Bem, voltando um “pouquinho”… Assim que me formei em Nutrição no Brasil (2004), comecei a prestar consultoria para restaurantes em Boas Práticas na Manipulação dos Alimentos em Curitiba. Passei por diversos restaurantes e ficava sempre preocupada com as condições sanitárias do local e a falta de treinamento dos funcionários. Acreditem, às vezes é melhor não saber o que acontece nos bastidores, rsrs. No entanto, sei que já se passaram uns 18 anos entre minhas experiências de consultoria no Brasil e como cozinheira nos Estados Unidos, então tenho a esperança de que muita coisa tenha mudado no Brasil nesse sentido.

Das minhas experiências de cozinha, tanto na Disney como no Hyatt, pude perceber na prática a importância dos processos de higienização de equipamentos e controle de temperatura dos alimentos para garantir a segurança alimentar do que era servido nos restaurantes. Imaginem o impacto de um surto alimentar quando o restaurante atende milhares de pessoas num mesmo dia? Pois é, a responsabilidade é enorme, e, portanto, o controle de qualidade precisa corresponder a isso. Ainda mais que aqui o povo processa todo mundo por pouca coisa.

Um contraste interessante é que no hotel em que trabalhei aqui nos Estados Unidos, fazíamos Pico de Gallo (uma espécie de vinagrete mexicana) em questão de minutos, pois era só misturar as quantidades certas de tomate, cebola, jalapeño e suco de limão, com o único trabalho adicional de picar o coentro. Todo esse processo era extremamente prático, uma vez que os ingredientes já vinham higienizados e picados pela empresa processadora de alimentos. Essa abordagem não apenas otimizava o tempo, mas também contribuía para a segurança dos alimentos.

No entanto, lembro-me que no Brasil, no passado, o preparo dos alimentos, especialmente saladas era feita de forma bem diferente. Para o restaurante, era mais barato manter um funcionário fazendo a higienização de verduras e frutas ao invés de já os comprar higienizados e processados como fazem aqui (não sei se isso ainda é comum no Brasil). Em última análise, a eficácia desse processo depende da dedicação e do treinamento adequado do funcionário, fundamentais para assegurar a segurança alimentar.

A praticidade dos alimentos processados aqui é fantástica. Faz tempo que não lavo salada folhosa rsrs e elas duram muito tempo na geladeira. Porém, as frutas como morangos, os tomates, brócolis que compramos inteiros, não passam por esse processo de tripla lavagem e desinfecção. Então, nos resta fazer isso em casa. Mas acreditem, é muito difícil achar aqui os produtos de desinfecção de salada no setor de verduras e frutas. Por isso, muitas vezes eu usava vinagre numa concentração alta para ser usado como desinfetante… Mas atenção, o vinagre pode ajudar a reduzir alguns microrganismos presentes nas folhas e vegetais, mas não elimina todos os patógenos, ok?

Enfim, estou com essa conversa toda para dizer que comprei um brinquedo muito bacana para desinfetar minhas comidas por aqui. Comprei um aparelho de ozônio. Ozônio? Aham… um poderoso desinfetante que não deixa resíduos. Acaba com fungos, bactérias, mofos, patógenos e bichinhos… Chego do mercado e já coloco meus morangos e outras frutas na água com ozônio por uns 15-20 minutos. Nunca tive morangos que durassem tanto tempo na minha geladeira. E não serve só para isso. Hoje nossa lixeira que fica na garagem por uma semana estava muuuuuito fedida. Ligamos o aparelho na garagem (não dentro da lixeira, ok?) por 1 hora, e fiquei pasma que o cheiro saiu. Já usamos também para tirar o cheiro ruim de dentro do carro.

Abaixo coloquei o resumo que o ChatGPT me deu sobre os benefícios do ozônio e que também li em outros sites:

“O ozônio (O3) apresenta diversos benefícios em várias aplicações devido às suas propriedades únicas. Aqui está um resumo dos principais benefícios do ozônio:

1. Desinfecção e Esterilização: O ozônio é um poderoso agente oxidante que é eficaz na eliminação de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos. Ele é utilizado em sistemas de tratamento de água, ar e superfícies para desinfecção.

2. Purificação do Ar: O ozônio pode purificar o ar, eliminando odores desagradáveis, poluentes e partículas suspensas. É frequentemente usado em purificadores de ar e sistemas de ventilação.

3. Tratamento de Água: O ozônio é empregado para desinfetar a água, removendo contaminantes orgânicos e inorgânicos. Ele é uma alternativa eficaz ao cloro, sem deixar resíduos tóxicos.

4. Remoção de Poluentes Químicos: O ozônio é capaz de degradar muitos poluentes químicos presentes na água e no ar, contribuindo para a redução da poluição ambiental.

5. Desodorização: Sua capacidade de oxidar compostos orgânicos faz do ozônio uma opção eficaz para a desodorização em ambientes como instalações de tratamento de resíduos, estações de tratamento de água e áreas com odores intensos.

6. Tratamento de Feridas: Em aplicações médicas, o ozônio pode ser utilizado no tratamento de feridas para promover a cicatrização, devido às suas propriedades antimicrobianas.

7. Melhoria na qualidade dos alimentos: O ozônio é empregado na indústria alimentícia para desinfetar superfícies, prolongar a vida útil de alimentos perecíveis e eliminar patógenos.

8. Outras aplicações industriais e farmacêuticas.”

Mas atenção, o ozônio é tóxico ao ser inalado. Então, deve ser manuseado com cuidado. Aqui em casa o exaustor sempre fica ligado e portas abertas.

E aí, quem aqui ficou com vontade de comprar um aparelhinho desses?

Bom, espero que tenham gostado das informações.

Um abraço,

Karen Dykstra Carmona

Referências:

U.S. Food and Drug Administration (FDA). “Guidance for Industry: Guide to Minimize Microbial Food Safety Hazards for Fresh-cut Fruits and Vegetables.” Disponível em: [https://www.fda.gov/regulatory-information/search-fda-guidance-documents/guidance-industry-guide-minimize-microbial-food-safety-hazards-fresh-cut-fruits-and-vegetables]. Acesso em 20 de fevereiro de 2024.