Há alguns anos atrás Diego e eu (mais alguns amigos) fomos até São Paulo prestigiar o casamento de um casal amigo nosso. Recordo-me bem que a noiva ao me apresentar para a mãe disse: “mãe, essa é a minha amiga do cocô!”. Imediatamente entrei na brincadeira: “muito prazer, meu nome é Karen – e o seu cocô, bóia ou afunda?” kkkk Acho q toda boa conversa sempre acabava na gente falando em m#*&@… Literalmente!! kkkk
Brincadeira a parte, a sua saúde pode ser avaliada pelo formato, tamanho, cor, peso e cheiro do seu coco, ou fezes, ou bolo fecal… como quiser chamar! rs
E então, você observa seu cocô antes de puxar a descarga??
Sabemos que o intestino é o maior órgão endócrino do nosso organismo. E é através dele que acontece a absorção de nutrientes e água. Ele está divido em duas partes: delgado e grosso. No primeiro é onde ocorre a absorção da grande maioria dos nutrientes. No segundo, ocorre a absorção da maior parte da água utilizada durante o processo de digestão. A absorção da água pelo intestino grosso é a responsável pela consistência firme das fezes.
Sua alimentação é desregrada, você é sedentário (a), faz ingestão de pouco líquido, ignora o chamado do intestino em ambientes sociais (principalmente as mulheres), entre outros fatores, explicam, e muito, por que tantas pessoas se queixam dos denominados problemas intestinais!!!
A caracterização das fezes pode ser bastante útil. Por exemplo, a relação entre o tipo de dieta e o hábito intestinal e, por consequência, a forma das fezes. O formato das fezes se modifica em várias doenças intestinais como, por exemplo, as diarreias infecciosas, colites, constipação intestinal, incontinência anal, síndrome do intestino irritável…e assim por diante.
Mas como são formadas as fezes?
• ÁGUA: é seu principal constituinte, correspondendo até 75% do volume das fezes, daí a importância da ingestão de água.
• BACTÉRIAS: que são responsáveis pela fermentação dos alimentos e causam os gases e o mau odor das fezes.
• MATERIAIS NÃO DIGERIDOS: como as fibras, o sal, grãos não mastigados, celulose e muco intestinal.
E como posso avaliar a minha saúde intestinal?
A Escala de Bristol tem sido reconhecida pela literatura científica como instrumento valioso na avaliação das doenças intestinais.
Tipo 1: É aquele que bóia, indicando que sua alimentação é pobre em fibras e água. Aumente a ingestão de água, sucos, chás, frutas com casca e bagaço, verduras, linhaça, granola, aveia, quinoa e cereais integrais. Evite carnes vermelhas, farinhas brancas, açúcares e laticínios.
Tipo 2: Este tipo indica que as fezes permaneceram por muito tempo no cólon (transito lento), além disso há deficiência também de água e fibras. Assim como no tipo 1, você deve aumentar a ingestão de água, sucos, chás, frutas, legumes e verduras, além dos cereais integrais.
Tipo 3: Indica que o bolo fecal ainda está um pouco seco. Aumente a ingestão de líquidos e água.
Tipo 4: Parabéns! Seu trânsito intestinal está ótimo. As fezes passam com facilidade e não causam desconfortos!!
Tipo 5: Indica que seu bolo fecal está se movendo mais rápido que o normal. Isto pode levar a carências nutricionais e desidratação. Aumente a quantidade de fibras solúveis provenientes dos legumes cozidos, grãos, aveia, cevada e frutas. O uso de probióticos pode auxiliar a regular o seu trânsito intestinal, mas deve ser feito com prescrição do nutricionista.
Tipo 6: Indicador de trânsito intestinal muito rápido. Significa que a água foi mal reabsorvida e também pode causar carências nutricionais e desidratação. Além disso, pode ser um sinal de intolerâncias alimentares e/ou um desequilíbrio na flora bacteriana intestinal. Evite frutas e legumes crus, prefira os cozidos. Um acompanhamento nutricional com utilização de probióticos pode ser benéfico, mas exames devem ser realizados para descartar qualquer patologia como alergias ou intolerância alimentar.
Tipo 7: Provavelmente é resultado de uma infecção. Você deve procurar um médico para fazer um diagnóstico. Tenha uma alimentação leve, sem gorduras, frituras, açúcares e laticínios. Consuma alimentos cozidos, caldos, sopas, líquidos, e água para hidratar.
Autoras: Iolande Aardoom e Karen Dykstra Carmona
Referências:
MARTINEZ, A.P; AZEVEDO, G. R. Tradução, adaptação cultural e validação da Bristol Stool Form Scale para a população brasileira. Revista Latino-Am. Enfermagem, v..20 n..3, maio/junho 2012.