Carne moída pode ser um perigo!!

Qual o seu critério para avaliar a qualidade da carne moída?

A quantidade de gordura e corte da carne não devem ser a únicas premissas a serem consideradas. A condições de higiene do estabelecimento, as condições de saúde e higiene do manipulador (açougueiro), a forma que a carne é armazenada/refrigerada e principalmente, a limpeza do moedor de carne devem ser levados em conta.

A carne moída é muito versátil e permite elaborar diversos pratos. Mas a partir do momento em que a moagem é feita, a carne se torna um meio altamente favorável para a multiplicação de bactérias, pois a fragmentação dos tecidos libera o suco celular, propiciando a proliferação das bactérias no produto.

A contaminação da carne pode ocorrer: durante o abate do animal, com o tempo que fica exposto a temperatura inadequada, a higienização dos equipamentos e o excesso de manipulação dessa carne.

Os principais veículos de contaminação neste processo que poderão ser observados por você são: o manipulador de carnes e a higiene do local e equipamento.

 

Oliveira et al, avaliaram num estudo as condições higiênico-sanitárias de máquinas de moer carne e mãos de manipuladores e observaram a interferência na qualidade microbiológica da carne moída pela análise da mesma, inteira e após a manipulação e moagem.

Os resultados indicaram higienização inadequada das máquinas de moer, sendo foco de contaminação da carne moída. Além disso, os manipuladores também são grandes responsáveis pelo aumento de microrganismos na carne. Muitas das amostras apontaram que a carne estava imprópria para o consumo.

Evite comprar carne moída já porcionada na bandeja, especialmente se não é do mesmo dia. Procure pedir ao açougueiro para que prepare a carne na hora, na sua frente. Enquanto isso, observe a higiene do local, do manipulador (unhas cortadas, boné ou touca, uniforme branco – LIMPO)… Enquanto ele prepara a carne, você tem tempo de decidir se vai mesmo leva-la pra casa ou se sai correndo de lá!!!

Faça também a sua parte, deixando as carnes por último na sua lista de compras. Assim você reduz o tempo em que a carne fica em temperatura ambiente, pois é na temperatura fora da geladeira que os microrganismos mais se proliferam. Chegando em sua residência, se ainda decidir porcionar a carne para embalagens menores, lave bem suas mãos, embale a carne e refrigere/congele imediatamente!

CARNE DE PRIMEIRA X CARNE DE SEGUNDA

O Ministério da Agricultura (DIPOA), fixa como o máximo teor de gordura da carne moída em 15%. As carnes moídas de primeira de patinho e alcatra tem cerca de 3% de gordura (no estudo de MONTANHINI NETO, a alcatra obteve menor índice de gordura quando moída).

O termo “de primeira” e “de segunda” está entrando em desuso, pois o gado deve ser sempre de primeira, como um todo para oferecer carne de primeira. Neste caso, a carne “de segunda” provém de um gado “de segunda” e jamais poderá oferecer carne de primeira.

Enfim, a carne de se­gun­da é pro­ve­nien­te da parte dianteira e dos mem­bros (per­nas) do ani­mal, que es­tão sem­pre em mo­vi­men­to. Por is­so, tem ­mais gor­du­ra, ­mais co­lá­ge­no, ­mais fi­bras ver­me­lhas. Teo­ri­ca­men­te, é me­nos ma­cia, mas dependendo de co­mo se pre­pa­ra, tor­na-se uma car­ne de pri­mei­ra.

As car­nes con­si­de­ra­das de pri­mei­ra vêm da par­te ab­do­mi­nal e traseira do ani­mal: alcatra, coxão mole, patinho, picanha, file-mignon.

FICA A DICA: sendo “de primeira” ou “de segunda”, importante é a qualidade microbiológica da carne (origem da carne e higiene na manipulação), pois a forma de preparo pode facilmente tornar uma carne “de segunda” em “de primeira”. Questão de habilidade culinária e tempo de preparo!!! ;o)

Autora: Karen Dykstra Carmona

Referências:

OLIVEIRA, M. M. M.; BRUGNERA, D. F; MENDONÇA, A. T.; PICCOLI, R. H. Condições higiênico-sanitárias de máquinas de moer carne, mãos de manipuladores e qualidade microbiológica da carne moída. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542008000600031&lng=pt&nrm=iso> . Acesso em: 30 de outubro de 2014.

MONTANHINI NETO, M.R. Avaliaçao dos teores de gordura em carne moída comercializada em supermercados. Disponível em: < file:///C:/Users/Karen/Downloads/4032-8656-1-PB.pdf>. Acesso em: 30 de outubro de 2014.

CARNE NÃO SE LAVA!

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Hoje estava na página de assuntos gerais do MSN e me deparei com esse assunto : “ Autoridades alertam britânicos a não lavar o frango antes de cozinhá-lo. Cozinhá-lo bem é a melhor maneira de acabar com as bactérias. O apelo é feito porque existem novos dados que mostram que 44% das pessoas sempre lavam o frango antes de cozinhá-lo”.

Microrganismos nocivos à saúde estão por toda parte, à espera de um descuido nosso para dar o bote e contaminar o que estiver por perto, podendo provocar de mal-estar, diarréia e até problemas mais sérios.

O hábito de lavar carnes cruas, como a do frango e a do peixe, pode trazer sérios riscos à saúde. Isso porque, durante a lavagem, as bactérias que geralmente vêm nesses alimentos, em vez de irem para o ralo, podem se espalhar ao redor da pia e provocar a contaminação de outros alimentos. A única carne que se lava é o peixe e só para tirar escamas e a barrigada.

Lavar carne não elimina bactérias e sim aumenta a quantidade de água facilitando a proliferação de microrganismos, além de levar à perda de nutrientes. O aumento de água da carne faz com que as bactérias se multipliquem mais. O frango tem duas bactérias que são as principais: Salmonela e Campylobacter.

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A infecção por Campylobacter é uma infecção bacteriana direta que provoca diarréia e geralmente é transmitida por frango mal cozido. As toxinas produzidas pelas bactérias causam intoxicação alimentar tendo como sintomas: dores de estômago, vomito, diarréia, febre, mal estar geral.

Dicas:

  • Para se proteger, você deve ter o hábito de sempre lavar as mãos, superfícies e utensílios quando estiverem em contato com alimentos crus, além de seguir orientações seguras de manipulação dos alimentos.
  • A regra é armazenar as carnes na temperatura apropriada, resfriado de 0 a 4°C por 24 horas, e congelado a -18°C por um ano.
  • Peixes resfriados a 3°C um dia e congelado – 18°C, por 3 meses.
  • Verificar o selo da SIF (selo da Inspeção Federal);
  • Verificar se a embalagem não está danificada;
  • Lavar a embalagem antes de abrir, pra evitar a contaminação da carne.
  • Deve-se descongelar as carnes na geladeira. Caso necessite apressar o processo, utilize a opção de descongelamento do microondas. Nada de mergulhar na água morna ou deixar no sol!
  • Não deixar a carne mais de 30 minutos fora de refrigeração;
  • Após descongelamento da carne, não pode congelá-lo novamente;
  • Cozinhar a carne completamente, pois as bactérias proliferam em temperaturas entre 4,5 graus e 60 graus Celsius.

Autora: Iolande Aardoom

Imagens:

– http://www.matipoweb.com.br/component/k2/item/2597-frango-cru-lavado-tem-mais-chances-de-causar-intoxicacao-alimentar.html

– perolasdanay.blogspot.com