Batata Verde – cuidado!

Pois hoje resolvi buscar algum assunto para o blog e me deparei com um título “Cuidado com as batatas verdes”.

Acho que já ouvi algum comentário aqui ou ali para não comer batatas verdes, mas nunca soube o real motivo disso. Pesquisei um pouco e decidi compartilhar com vocês, caros leitores!

As batatas produzem solanina como defesa natural contra insetos. As plantas da batata contem solanina, um membro da famosa família de alcalóides, de gosto amargo, um grupo de substancias químicas altamente toxicas nas plantas, incluindo a nicotina, a quinina, a cocaína e a morfina. A maior parte da solanina das plantas de batatas está nas folhas e nos talos, mas quantidades menores são encontradas na casca e embaixo dela e, em menor extensão, nos “olhos”.

A exposição à luz solar e altas temperaturas aumenta a quantidade de solanina. A coloração verde em batatas indica um elevado nível de clorofila. Como a clorofila e a solanina são produzidas quase simultaneamente em batatas, a coloração verde também significa uma alta concentração de solanina.

Por este motivo, as batatas conservam-se melhor em local escuro, seco e fresco, mas não frio demais. Na temperatura da geladeira, elas tendem a fabricar a solanina. Elas também convertem parte de seu amido em açúcar, o que produz um dulçor peculiar e faz com que as batatas fiquem marrons ao serem fritas.

A ingestão de elevada quantidade de batatas verdes pode causar sintomas gastrointestinais e/ou neurológicos, tais como: náusea, vomito, cólicas estomacais, diarréia, azia, hipotermia, respiração mais lenta e batimentos cardíacos mais lentos, pupilas dilatadas, febre, alterações na visão, dores de cabeça, tonturas e alucinações, paralisia, choque. Exemplo de consumo elevado: uma pessoa de 45 kg precisaria consumir 450 gramas de batatas verdes para sentir os sintomas do envenenamento por solanina. Ingestão acima de 3 a 6mg por quilo de peso pode ser fatal.

Os sintomas de envenenamento pela solanina tendem a aparecer por volta de 6 a 12 horas após a ingestão da batata verde, mas pode também acontecer após alguns minutos, quando a concentração de solanina for muito elevada.

O que fazer com a batata que tem manchas verdes?

É prudente cortar fora e descartar as partes verdes, e o restante da batata estará perfeitamente boa para consumo. Caso a batata esteja com a superfície toda verde, corte uma camada mais grossa da casca e jogue fora.

batata verde

DICA: Evite comprar batatas verdes, com manchas e especialmente as que tem brotos. Os brotos são ricos em solamina, principalmente quando estão verdes. Geralmente as batatas ficam verdes quando estão velhas ou não foram armazenadas corretamente (expostos ao calor e claridade).

CURIOSIDADE: Além do veneno “natural” produzido pela batata para afastar insetos (a solanina) os produtores de batata aplicam agrotoxicos para garantir maior produtividade. Por isso, evitem o consumo da casca de batata, e sempre que forem cozinhar ou assar com casca, lave bem a batata, de preferencia com o auxílio de uma esponja ou escova que seja exclusiva para limpeza de vegetais. Não utilize detergente.

RECEITA DE BATATA “ASSADA NO MICROONDAS”:

batata assada 1

Lave bem as batatas. Faça muitos furos na casca de toda a batata com o auxílio de um garfo.

furando batata

Coloque num prato ou vasilha de vidro e leve ao microondas por 7 minutos na potência máxima. Vire as batatas e deixe por no máximo mais 2 minutos. Corte no meio com uma faca, aperte com as mãos as pontas. Acrescente o recheio que desejar.

OBSERVAÇãO: o tempo de cozimento da batata pode variar de acordo com a potência do seu microondas, tamanho e quantidade de batatas.

Sugestão de recheio: requeijão com bacon crocante e pimenta calabresa, ou manteiga, sal e cheiro verde.

Autora: Karen Dykstra Carmona

Referencias:

– KIM, B. Beware of Eating Green Potatoes. Disponível em: < http://drbenkim.com/green-potato-solanine-dangers.html> . Acesso em: 22 de setembro de 2014.

MEDLINE PLUS. Potato plant poisoning – green tubers and sprouts. Disponível em: <http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/002875.htm>. Acesso: 22 de setembro de 2014.

– WOLKE, R. L. O que Eisntein disse a seu cozinheiro. Tradução Helena Londres. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.