Tipo de caloria? Hein?

Ontem postei um texto aqui no blog sobre o instinto de sobrevivência dos nossos genes e o impacto do que comemos na nossa saúde. Leia aqui.

Logo em seguida recebo da minha irmã um pedido de socorro, querendo ajuda na hora de escolher o TIPO de caloria.

shutterstock_324878813Fiquei então um pouco preocupada com a clareza do meu post rsrs…

As calorias que consumimos são absorvidas em ritmos diferentes de acordo com a natureza dos alimentos, pois contêm quantidades especificas de fibras, carboidratos, proteína, gorduras e nutrientes –  tudo isso se traduz em sinais metabólicos complexos e distintos que controlam o peso.

Exemplificando, vamos imaginar:  1000 calorias de açúcar e 1000 calorias de feijão. O valor calórico é o mesmo, porém a rapidez com que essas calorias serão metabolizadas são completamente diferentes. Nosso organismo consegue absorver o açúcar muito mais rapidamente que o feijão, que tem fibras e por isso vai demorar mais para ser digerido e entrar na corrente sanguínea. Então o que nesse caso engorda mais? O açúcar! Leia mais sobre isso no post “Por quê é importante saber o que é Índice Glicêmico”.

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Ou seja, alimentos que entram rapidamente na corrente sanguínea provocam ganho de peso pois são absorvidos depressa e aumentam os níveis de açúcar e insulina no sangue, além de elevarem os níveis de colesterol e triglicerídeos, que provocam acúmulo de gordura no fígado e consequentemente, mais ganho de peso.

Enquanto os que alimentos que entram devagar na corrente sanguínea propiciam o emagrecimento, que são os alimentos de baixo índice glicêmico.

Se ainda não ficou claro: a substituição de carboidratos refinados, como pão, massa e arroz brancos, bem como o açúcar em todas as suas formas (sacarose, glicose, frutose…), por carboidratos “do bem” (saudáveis), como hortaliças, feijões, grãos integrais e frutas, reduzem drasticamente o aparecimento de doenças e obesidade.

Claro que perder peso não se resume somente a uma alimentação de baixo índice glicêmico. Trata-se de um conjunto de situações a serem consideradas… a começar pelo seu nível de estresse, qualidade de sono, exposição a toxinas/agrotóxicos/antibióticos/medicamentos, sedentarismo e etc…

Fica a sugestão de começar melhorando a qualidade das calorias que você ingere?!!

Ficou mais claro?

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Um abraço,

Nutricionista Karen Carmona

Quem escolhe o que eu como?

Olá gente, estou passando aqui para comemorar!!

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2 meses após tomar as rédeas da minha alimentação, quero comunicar que consegui perder 6kg!! Uhuuulll! Comprei alguns livros sobre obesidade, Ultrametabolismo, Nutrição Clínica Funcional com foco em obesidade. Este último, da nutricionista Andréia Naves foi o que eu mais gostei, pois me fez presente para alguns elementos obesogênicos silenciosos que ingerimos diariamente (quem sabe eu escreva mais sobre isso mais além).

Bom, eu gostaria de descrever um pouco sobre como consegui perder esse peso sem uma dieta restritiva. Na verdade, muito do que eu já comia ainda o faço, porém aprendi que é muito importante fazer a escolha certa. Muitas escolhas que eu fazia antes eram somente baseadas no impulso de comer, de recompensa. E é engraçado (#soquenão) como nosso cérebro, nosso intestino e nossas células adiposas, decidem o que vamos comer, automaticamente (nosso corpo envia determinadas respostas químicas sobre as quais não temos controle consciente).

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Anos atrás, acho que no começo da faculdade, li o livro “A culpa é da genética” e achei-o excelente, e para mim, abriu meus olhos quanto ao que fomos e somos como espécie. O livro Ultra metabolismo também enfoca a tese de que nosso metabolismo sofreu pouca ou nenhuma evolução se compararmos aos nossos ancestrais. shutterstock_294181589

O que mudou muito foi nosso estilo de vida. Sedentarismo, estresse, toxinas, produtos industrializados, alergênicos, má nutrição… O que não mudou foi a conversa dos nossos genes (acumular gordura para a época em que era necessário sair para caçar ou coletar alimentos) … Nosso organismo é geneticamente programado para fazer com que o ser humano ganhe peso e o mantenha. Quem nunca pulou um almoço e se acabou de comer no jantar?Isso é o nosso organismo instintivamente garantindo a sobrevivência. Esta aí o motivo da recomendação de comer várias vezes ao dia: para evitar momentos de compulsão e consumo excessivo de calorias. Quando você está com fome, você não consegue escolher conscientemente. Geralmente a escolha será algo bem calórico, aquilo que te faz juntar saliva na boca… Pensou? Isso, essa opção que você deve evitar!! E aí também reside o problema das dietas que excluem grupos alimentares… eventualmente, você sucumbirá! rs

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Gente, fechar a boca não funciona a longo prazo. Quando você restringe as calorias, o seu organismo se prepara para responder a esse estresse, diminuindo o metabolismo, economizando energia… Não perca tempo fazendo isso!

O que precisamos entender é que cada indivíduo responde diferente a “dietas diferentes” – para você funciona, mas para mim, talvez não. Cada indivíduo tem uma conversa diferente com seus genes e por isso uma dieta personalizada é importante. Tanta gente confiando em celebridades fitness, seguindo no instagram e blogs do que comer ou não. Tem receitas bacanas? Tem, mas atenção para a indústria por trás disso. Muito patrocínio de suplementos e industrializados, além da inversão de valores: magro = feliz.  E aí que eu vi que a Nutrição Funcional é tão bacana… Vou citar um parágrafo do livro com a definição:

“… a nutrição clínica funcional olha para a ciência da nutrição de forma integrativa e profunda, baseia-se na pesquisa cientifica para justificar as aplicações práticas e engloba tanto a prevenção como o tratamento de doenças, focalizando na avaliação dos aspectos bioquimicamente únicos de cada organismo, levando em consideração o genótipo de cada indivíduo e sua suscetibilidade genética no desenvolvimento da doença”. (NAVES, 2014). Massa né?

Bom, enquanto você não procura uma nutricionista funcional, saiba que é muito importante você saber qual o TIPO DE CALORIA que está consumindo, porque ela interfere nas suas funções metabólicas. Uma alimentação baseada em alimentos integrais, de alimentos preferencialmente em seu estado natural (aquele que compramos no mercado – abacate, laranja, amêndoa, tomate), carnes magras e frescas (não temperadas ou processadas) e quase nada do que é produzido ou embalado numa indústria (preparações congeladas, biscoitos, gorduras nocivas, carboidratos refinados, conservantes, estabilizantes, corantes, adoçantes, sódio) nos ajuda a manter um peso saudável. Volto a enfatizar a #campanhacontraaditivos #façavocêmesmo que já postamos aqui no blog.

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E é basicamente isso que eu quero compartilhar com vocês: descasque mais e desembale menos! Não sei quem falou isso, mas eu super concordo rs!

E por quê decidi colocar esse título –  Quem escolhe o que eu como?

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Quando a escolha do alimento não é consciente, quando é uma necessidade, um impulso, uma recompensa, há algo de errado na sua alimentação. Quando é você que escolhe conscientemente por ser uma refeição balanceada, com fibras, fitonutrientes, saudável, aí sim, é esse o caminho para uma vida mais saudável. Lembre-se: sua alimentação não precisa ser perfeitamente controlada o tempo todo! Não seja psicopata!

VOCÊ SABIA?

– Você sabia que apenas 100 kcal extras por dia podem causar um aumento de peso de cerca de 5 kg por ano? Prestem atenção para não “abrir exceções” com frequência…

– Quando vazio, o estômago secreta hormônios que dizem ao corpo e ao cérebro que estamos com fome. Por isso, coma cedo e com frequência e consuma alimentos que controlam o apetite.

– A maioria das pessoas tem ideias erradas sobre as opções que devem fazer quanto ao tipo e à quantidade de calorias que consomem.

– “Quando emagrecemos, cerca de metade do que perdemos é composto por gordura, o restante é formado por músculos valiosos e metabolicamente ativos. No entanto, quando o peso é recuperado, é quase todo constituído de gordura. Lembre-se: as células musculares queimam 70 vezes mais calorias do que as células de gordura”. (HYMAN, M. 2007). Exercício físico é importante sim!!

Um abraço!

Nutricionista Karen Dykstra Carmona

REFERENCIAS:

NAVES, A. Nutrição Clínica Funcional: obesidade/Andreia Naves. São Paulo: Valéria Paschoal Editora Ltda., 2014.

HYMAN, M. Ultrametabolismo. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.